POR AMOR AO AGORA sobre o caminho e não sobre a chegada

É uma semana especial de celebração essa. Aqui em São Paulo minha nova morada está definida, minhas mudanças chegam de Minas nesse 4 de setembro. E esses tempos de mudança e do novo são sempre de muita emoção, de muito movimento interno. A vida segue a trazer as sincronias que são como uma dança do caminhar e como placas que dizem que estamos em alinhamento. Essa é uma semana em que também me coloco em comemoração ao meu Caminho de Santiago. Foram 800km caminhados. Foram 36 dias.

Até Santiago de Compostela foram incontáveis passos. Até o momento em que estive frente a frente com o mar em Finesterre foram dias e dias de peregrinação. Eu e a celebração de chegada em um 12 de outubro de 2015. Eu e o marco de saída em um 04 de setembro de 2017.

Chegar a Santiago foi mesmo maravilhoso, foi emocionante, foi de fazer chorar um oceano inteiro. Somos assim em momentos marcos de nossas histórias, esses para os quais caminhamos longas jornadas, desejamos por tanto tempo, movimentamos mundos e montanhas para realizar. Mas só pode ser assim porque há um marco de chegada após um caminho inteiro, após muitos passos, após muitos quilômetros, após muitos encontros, após muitas noites em albergues, após muitas refeições juntas, após muitos momentos compartilhados, após muitas descobertas, muitas dores, muito sol e muita chuva.

A chegada só faz sentido por causa da história toda que nos levou até ela. A peregrinação a Santiago só me rende um livro inteiro porque houve um passo após o outro, porque foram infinitas as horas de dia após dia repetindo a rotina que me fazia avançar quilômetro a quilômetro até Santiago.

Quando cheguei a Finisterre, última cidade do meu Caminho de Santiago, meus pés pediam descanso dos 800km e celebravam toda a jornada vivida.

Ao longo dos últimos anos eu me vi em um profundo processo de transformação, buscando e buscando, limpando e limpando, curando e curando, integrando e integrando. Muitos passos dados, quilômetros e quilômetros percorridos internamente, um mundo interior explorado.  Todas as áreas da minha vida foram transformadas… minha vida profissional, minha maternidade, minha sexualidade, meus relacionamentos, minha relação com as finanças, minha espiritualidade, minha força de expressão… tudo se transformou não porque eu estava a caminho de algum lugar específico, mas sim porque dentro de mim havia um impulso de realizar e transformar.

Entre minha viagem de transformação ao Monte Roraima em 2011 e entre a minha chegada a Santiago de Compostela em 2015, há um caminho inteiro de vida, de dia comuns, de cotidiano que foram de fato os dias da transformação, os dias das transições, das mudanças expressivas, das grandes guinadas.

Mesmo a mudança para São Paulo acontece de um fluxo, de um “seguir as luzes”, de confiar nos caminhos que fazem o coração vibrar.

Foram transformações que eu pensava ser preciso apressar, acelerar, fazer as coisas serem mais rápidas. Mas que o caminho foi mostrando que não é na urgência, não é na pressa, não é na correria ou na angústia que as transições acontecem. É no fluxo das águas da vida, que às vezes segue em ritmo suave e às vezes em turbulentas corredeiras.

O “agora” é o único caminho de transformação possível que leva até nossos sonhos e realização, e termos a capacidade de aproveitar e nos apropriar muito bem desse instante único é o que vai fazer a grande diferença mesmo.

Paula Quintão

03 de setembro de 2017

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