A guerra (e a conciliação) que nos cabe, por Paula Quintão// Quando nos deparamos com uma ação num cenário macro tendemos a levantar nosso dedo e fazer com muita velocidade um julgamento. Estamos diante de uma guerra. A guerra teve início e não sabemos o quão profundamente ela vai nos envolver.
É claro que não queremos uma guerra. Ou será que queremos? Para termos uma resposta honesta diante de algo que está posto num cenário macro, precisamos sempre fazer a parte que nos cabe no cenário micro: ou seja, no lugar que cabe ao EU.
Uma guerra envolve quatro principais elementos: as armas, é claro. Um território a ser defendido. As posições divergentes. E os interesses a serem privilegiados. Acontece que você pode pensar que somente a Rússia tem armas, territórios, posição divergente e interesses a privilegiar. Só que não. Esses mesmos elementos estão disponíveis a todos nós no NOSSO LUGAR. Todos temos nossas armas, nosso território, nossas posições divergentes e interesses a privilegiar. O que nos cabe, portanto? Simples. Avaliar o quanto EU, aqui do meu lugar, ainda uso minhas armas mais para a guerra do que para a conciliação. O quanto preciso defender minhas posições atacando ao invés de conciliando. O quanto defendo meu território de uma maneira agressiva e não conciliadora.
O contrário da guerra não é a paz. A paz é um estado do ser que estando ausente pode levar à guerra. O oposto da guerra é a conciliação. E essa é uma habilidade que TODOS nós temos a desenvolver.
Meu papel diante do macro que está em guerra é olhar para o quanto eu, individualmente, tendo um território a defender, tendo minhas posições ameaçadas, tendo meus interesses feridos, prefiro a guerra do que a conciliação.
Fato é: se uma guerra começou, ainda somos um coletivo que prefere a mais guerra que a conciliação.
Ainda há muito trabalho individual a ser feito. Cuidemos da parte que nos cabe.
Tratei do tema no ep.300 do podcast Sessão de Enroscos, disponível nas principais plataformas de áudio.