A NOVA CULTURA EMPRESARIAL: MÃOS DADAS POR UM SERVIÇO MELHOR

Foi-se o tempo em que as empresas interagiam com seus funcionários por meio de relações de medo e hierarquia. Esse modelo está, cada vez mais, sendo abandonado e abrindo espaço para um modelo de colaboração mútua e construção conjunta.

A empresa e seus “colaboradores”, e não  mais funcionários, são partes integrantes de uma só engrenagem que tem como meta prestar um bom serviço para o seu público. O espírito de construção conjunta invade todas as áreas da empresa, a convivência é harmoniosa, os créditos são sempre conjuntos, a valorização das equipes e dos indivíduos é disseminada e assim, passo a passo, a cultura organizacional transita de um patamar em que havia extrema pressão sobre as partes para um outro em que cada um faz o seu melhor espontaneamente.

Minhas experiências foram muito variadas nas empresas e instituições de ensino que trabalhei, mas algo que sempre me desgastou muito foi a extrema competitividade presente nos ambientes de trabalho.

Essa reação do “trabalhador” é muito comum em ambientes baseados na valorização exclusiva do desempenho individual e na punição por atitudes “que não condizem com a empresa”. Ao agir como uma grande escola que pontua positivamente os bons resultados e dá zero para os baixos rendimentos, a empresa se torna uma extensão da competitividade social e impede o crescimento conjunto das equipes e o interesse direto sobre o que tem que ser feito.

A nova cultura empresarial tem muito mais o espírito “das mãos estendidas” do que o espírito da pontuação por desempenho.

“Fazer a coisa pela coisa” é o mais nobre espírito que pode ser adotado em ambientes empresariais. Quando cada um se ocupa de sua parte e compreende seu papel no todo, visualizando a rede de interações e criações a qual pertence, o processo de criação se torna mais espontâneo, mais livre e mais dedicado.

Há um caso que ilustra muito bem a necessidade de aplicação desse conceito. Uma grande empresa da área de hipermercados contratou uma consultoria para avaliar seus estoques e dentre as análises feitas detectaram que o hipermercado estava com um estoque excessivo de caixas de leite. “Há em estoque 30.000 litros de leite”, apontou a consultoria. E a empresa retrucou. “Impossível, esse leite não está em estoque”.

A consultoria caminhou pelo depósito e realmente não viu nada. Convencida de que 30.000 caixas de leite não passariam despercebidas, confiaram que os registros estavam errados e seguiram adiante com suas organizações e planejamentos. E então, 3 anos depois, finalmente encontram as caixas de leite todas vencidas cercadas por caixas de pilha, de papel higiênico e de alguns produtos de limpeza. As imensas pilhas de outros produtos esconderam as caixas de leite como se fossem uma ilha. Um prejuízo imenso para a empresa. Ao solicitar uma boa explicação do gerente do almoxarifado, eis que ele diz: “Não sei o que houve, eu só trabalho aqui”.

Esse espírito desconectado do empreendimento e das consequências que cada ação individual gera para a empresa é uma mentalidade antiga, uma mentalidade ultrapassada. O novo colaborador é parte integrante e é reconhecido por toda a empresa dessa forma. Ele não tem somente um salário mensal desconectado dos lucros gerados para a empresa, seu esforço para gerar resultados é reconhecido com ações como participação nos lucros anuais da empresa.

Mesmo que algumas empresas se neguem a participar desse movimento de modificação da cultura empresarial, não há como ficar parada. O mercado é uma força muito imperativa para ser ignorada e agora que o movimento já foi posto, pouco a pouco, baterá à porta de empresa por empresa e assim só temos a ganhar, tanto como consumidores, já que estaremos diante de melhores serviços, quanto como “colaboradores” desses empreendimentos que só tem a crescer ainda mais com nossa contribuição, e também com empresas, que já a união faz mesmo a força.

O espírito de que um mundo melhor pode ser construído de mãos dadas vai sendo colocado em prática dia após dia em mais e mais ações.

 

 

2 Comments

  1. Paloma Oliveira

    Uma empresa sem ” colaboradores” motivados e devidamente treinados e capacitados não resiste muito tempo no mercado.Todos tem sua parcela para o crescimento, todas os cargos e funções devem ser valorizados. Por isso, se cada um fizer a sua parte em conjunto com a empresa e colaboradores, acontecerá uma revolução empresarial com métodos inovadores, e que com certeza fará a diferença. De mãos dadas e com altruísmo e menos ações individualistas e competitivas, agirmos com espírito de equipe,um ajudando o outro e participando integralmente,para isso é preciso amar o que faz, ninguém é obrigado a nada, procure algo que te faça feliz como profissional, todos temos uma ESTRELA dentro de nós mesmos, só basta deixá-la brilhar e fazer a escolha certa.Parabéns Paula Quintão por fazer a sua estrela brilhar, logo será responsável pelo brilho de outras milhares de estrelas.

    1. Paula Quintão

      Querida Paloma, você é mesmo uma pessoa sensível e ligada no que há de melhor nas pessoas. Obrigada pelas palavras tão fortes e tão especiais para cada um dos leitores desse blog. Nossas estrelas estão brilhando até!!

Deixe um comentário para Paula Quintão Cancelar resposta