Acalma-te, estamos no tempo.

Tenho evitado o café. Tenho dito para a mente que posso fazer as coisas que precisam ser feitas de outro modo. O respirar com calma não gasta o meu tempo, como costumo pensar.

Não sei pra que essa pressa que não se alivia mesmo em dias largos e vazios. O café costuma acentuar a pressa, por isso tenho escolhido mais o chá.

Só que alguns dias parece que fico com saudade da pressa e escolho o café. É como se a pressa fosse uma salvadora, como se graças a ela de alguma maneira inconsciente eu acreditasse que vou ter mais chances de fazer certo, de chegar na hora, de viver mais. É um engano da mente agitada e com tendências à ansiedade.

Quer fazer muito e apressada pra se sentir bem. No fim do dia não se sentiu melhor, a lista do dia seguinte ainda está tão longa quanto a da manhã do dia que finda. E a vida vai passando. Passando apressada. Passando despercebida.

Isso não é viver bem, sei bem e tenho dito à minha mente. Ela sabe, mas não é todo dia que aceita. Além de apressada é teimosa.

Acalma-te, mente, está tudo bem descansar um pouco. Acalma-te e levantemos para beber uma água, não vai te atrasar. Acalma-te, estamos no tempo. Amansa. Os dias podem seguir mais macios assim.