Na parede do quarto dos meus pais há um quadro, um impresso que ganharam de uma gráfica e emolduraram. Mais parece um porta retrato grande que transformaram em quadro.
A imagem de Jesus em preto e branco não é das mais bonitas e pode meter medo numa criança, mas não me lembro daquele quadro estar lá quando eu era criança.
Num dia desses, há muito e muito tempo, simplesmente apareceu. Ninguém nunca falou sobre o quadro, era como uma entidade dessas com vida própria que pousa na parede e fica.
Era ir ao quarto dos meus pais e lá estava ele: fundo branco com os dizeres em preto. O texto tinha umas 20 linhas… mas em minha memória ainda me salta aos olhos a última frase que dizia “pelo amor de Deus, seja feliz”.
E hoje li, num desses e-mails carinhosos, que é dia internacional da felicidade (dia 20 de março, o dia que esse texto foi escrito). Lembrei do quadro. E senti que precisava escrever essa carta. As palavras não cabiam dentro de mim, precisavam voar, bater suas asas coloridas e pousar nesse texto. Palavras merecem essa liberdade de ir e vir…
Ah, a felicidade… Tenho atraso de nascença, como aquele sofrido pelo Manoel de Barros, quando me coloco a pensar sobre a felicidade.
https://soundcloud.com/paula-quint-o/instrumental-da-sanfona-e-do-acordeon
Sabemos tanto sobre a felicidade e a experimentamos tão pouco. Não sei que tamanha loucura é essa. Que desajuste seria esse sofrido por nós?!
E se hoje minhas palavras querem se transformar em carta, dessas para mim mesma que vou abrir daqui a uns anos e suspirar com as lembranças… aqui estão algumas lições valiosas.
Felicidade não é destino, é caminho. Sabemos e não fazemos.
Felicidade é nosso estado de espírito, não estado do que está por fora.
Felicidade é a paz em explosão silenciosa.
Hoje te desejo algo… que “pelo amor de Deus, seja feliz”.
Que busque com todas as suas forças os caminhos para transformar o que não está feliz em felicidade. Que encontre soluções. Que cure e aprenda com as dores e as transforme em sabedoria. Que possa respirar profundamente e aceitar os convites da alegria.
Minha carta é só para dizer “seja feliz”.
Se há um chamado para o dia internacional da felicidade é o de ser.
Um grande abraço, desses adornados de cor e carinho,
Paula Quintão.
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E um presente para você, um texto em arte que foi meu porta retrato por muito tempo na mesa de trabalho… Manoel de Barros.
As belas imagens que estampam esse post só nos trazem mais felicidade e são de uma artista que adoro, a Paulica Santos.