Fico vendo o carnaval. Tem sua beleza. A alegria das fantasias. Dos coloridos. Dos brilhos. Meus últimos movimentos de ajustes por aqui têm a ver com criar o dia a dia que me permita viver o colorido. O gosto pela vida. A alegria do brilho, principalmente do olho que brilha. Não aquela alegria que pula, grita e bate na palma da mão, sou introspectiva demais para essas manifestações de alegria explosiva. Há que ser em cores a existência. Não essa do momento esporádico, mas essa do dia a dia, desse dia a dia comum que ao final da jornada humana é o que preencherá a tela de cinema na qual toda a nossa vida, do início ao fim, poderá ser revista. Aproveitando o carnaval para escrever, entre clarezas – tão claras quanto esse ambiente da Patagônia da foto, acompanhadas de um bom vinho chileno. As partes que habitam em mim, essas todas que me compõe, celebram haver espaço para cada uma, do seu modo, viver num dia comum a graça e o milagre da existência, uma existência em cores.