MOMENTO CAOS DA ESFINGE sobre definir o que fazemos

Os últimos dias trouxeram um “pequeno” caos. Gosto dessa foto da Trilha Inca e com ela ilustrarei o que conto, explico. Vivi dias de reforma sobre as definições do que faço. Sexta passada eu tinha uma inocente entrevista para apresentar meu negócio para participar de um grupo de empresários de São Paulo. Diante de mim, com seu computador e suas perguntas previamente formuladas, estava o Mauro. “Vamos começar com o mais simples: o que você faz?”.

Quanta ironia guardada na expressão “simples”. Mesmo depois de 6 anos frente ao meu negócio e vivendo com alegria minha entrega ao mundo, me vi emaranhada pelos desdobramentos daquela pergunta. Respondi, mas o Mauro não se deu por satisfeito. “Escolha uma expressão: Mentora? Escritora? Fundadora? Criadora? Inventora?”. Lá pelas tantas eu já estava apavorada olhando para o Mauro. “Meu deus! Parece um parto!”. O Mauro só conseguiu dar a palavra amiga de que era apoiador dos partos humanizados. Eu vivia meu fórceps. Adiei a definição, nos despedimos. E assim que o Mauro se foi meu mundo estava desabado. “Que porcaria de definição é essa que até hoje me falta para dizer com clareza o que faço, Paula?“.

Pedi ao garçom uma torrada com doce de leite duplo e aquele pedido revelava a alma: eu estava em crise. Digamos que o nome gentil seria “crise”, o nome real seria “surto-emocional-seguido-de-sofá-e-edredon-em-plena-tarde-amparado-por-amendoim-da-casca-açucarada”. Pois bem… as tormentas são bem-vindas, são mesmo a minha natureza, e a verdade é que a vida se torna extremamente generosa nesses momentos. Minha reclamação sobre ter transformado meu negócio no enigma da esfinge, virou logo de ponta cabeça tal qual a carta do tarot do enforcado que vê o mundo por outro ângulo.

“Sabe, Paula, ser esfinge não é tão mal assim, pelo contrário, guarda um grande poder”. No instante em que me admiti esfinge, uma transformação na base das minhas definições e rumos se instalou.

A Paula-Maia de lenço na cabeça, que alguns dos meus mentorandos conhecem e raros amigos, recebe seu lugar, um lugar em que partes importantes de mim têm espaço para ser. Durante a páscoa alinho e logo partilho. Essa foi a introdução. Avancemos.

Paula Quintão

 

Deixe um comentário