Esse final de semana meus pais vieram para São Paulo. Era aniversário meu e do meu pai na sexta, dia 08, e ao invés deles ficarem de lá e eu daqui, esses dois fizeram suas malas e enfrentam de Cometa a estrada de Juiz de Fora e São Paulo. Vieram trazendo queijo, abraços e carinho. Por causa da partida recente da minha irmã estamos monotemáticos, só queremos falar dela. É bom quando se é monotemático junto.
Mas entre uma lembrança e outra, um olho marejado e outro, estava sempre a mesa posta com delícias que a minha mãe providencia numa velocidade da luz, visitamos lojas de móveis dos mais lindos, fizemos mil logísticas para levar as mudanças para o novo escritório, meu pai montou os móveis, minha mãe cuidou das plantas. “Pode deixar, Bruna, vou pedir por mim e por você todos os carinhos que o papai e a mamãe sempre nos deram mesmo sem pedirmos”.
E foi um tal de monta e desmonta, de cozinha e lava a louça, de carrega uma coisa daqui pra lá e de cá pra lá. Dias comuns em família. Eu tinha conhecimento mas agora se cristalizou como sabedoria: é dos momentos comuns e banais, esses bobos e desimportantes, que mais vamos sentir saudade, como me disse hoje chorando do outro lado da linha meu pai enquanto eu chorava do lado de cá. “Vou sentir falta de amolar as facas pra Bruna”. É. Enquanto isso seguimos vivendo, bagunçando e organizando, fazendo e desfazendo, montando e desmontando. Estar juntos enquanto a vida nos permite e preencher com mais vida essa finita existência. Amém. #saudade #vidaeutehonro