Netuno – Caminho da Ilusão e Caminho da Compaixão

Durante toda a minha viagem Netuno se fez presente. Na praça de Heidelberg lá estava ele com seu tridente quebrado. No museu de Nuremberga uma pintura linda. E na praça de Berlim, imponente, figurava lindo à luz do sol que se punha. Enviei foto para a @por.renatabarreto que tem lá suas quedas por Netuno e ao chegar na minha última estada, a casa da @alicearabe e da Mari, numa mesa de jantar pós pão de queijo, lá estavam as duas em clima de magia fazendo meu mapa astral e me contando mais sobre o Netuno. Eu sempre soube do poder de Netuno de nublar nossa percepção, marcando naquele ponto em que ele se apresenta um caminho que pode tender à ilusão. Mas foi a Alice e a Mari quem me deram o tom que Netuno a todo momento queria revelar simbolicamente pela viagem: o tom da compaixão. Sim, as mudanças e refazimentos são importantes. Mas muitas vezes criamos a ilusão do refazimento que é para fugir daquilo que realmente está nos desafiando e precisa ser transposto no exercício do PERMANECER. Ou seja, nesse caso o refazimento está escondendo uma fuga, um escape. Isso não é se refazer. O verdadeiro refazer nos convida, aí sim, a um exercício de profunda compaixão, esse que nos coloca frente a frente com a nossa capacidade para olhar para onde está a dor da perda, da desconstrução, do alvo do bombardeio, e numa postura compassiva, sermos capazes de a partir do reconhecimento, adentrar o campo do refazimento pelas portas da compaixão. Aí está Netuno apontando o caminho da ilusão e o caminho da compaixão, tão paralelos um ao outro.