O Guia. Adelson. “Pode me chamar de Del”. Em sua postura do servir, nos conduzindo como um pai mestre que nos treinava para seguir em frente mesmo cansadas e pisar com atenção onde era seguro. Serviço. Que grandeza em seu servir. Em sua mochila azul desde o primeiro dia ele levou todo o lanche que era nosso almoço. Tudo tão bem cuidado. Ainda partilhamos com outros grupos que se encantavam por haver almoço de trilha. Em nosso caminho tinha as travessias dos rios, com sua paciência e firmeza ele tinha um poder de nos dar também firmeza e confiança. Em seu passo firme, na lama nem sei quantas vezes caímos, ele não caiu. Equilíbrio. Justo. Certeza do passo. Confiança. Estar a serviço. Se caminhávamos mais lentas na trilha, ele aproveitava para ir reconstruindo o caminho como as pedras. Edificando. “Eu já treinei muitos guias aqui”, nos contou. Quebrei meu dente e ele colou porque tinha super bonder na mochila. Precisaram de pão no outro grupo, “você tem quatro fatias de pão?”, e ele não só repartiu mas montou a mesa junto somando e multiplicando os recursos. Sobrou um pão. No último dia, já à noite, lavou nossas botas. E quando contou parte da sua história, me fez chorar em silêncio à noite. Um taxista de Lençóis nos disse a caminho do aeroporto “Adelson é mais conhecido aqui que nota de dois reais”. Meu Deus, abençoe esse homem, abençoe esse pai, abençoe hoje e sempre seus caminhos. Se há um Imperador no Vale, eu o conheci. Del. Aquele que serve, é justo e edifica. Fomos as três aprendizes de mochila vermelha eu @sou.biancagraca e @jugrenfell @chapadasoul
