Tenho lá meus medos quando chego ao Rio de Janeiro. Não foi diferente semana passada. Eu e meu GPS nos guiávamos pelas ruas e viadutos, e eu cantalorava para mim mesma que o Rio continuava feio. Mas a vida como sempre tem a dose certa para cada momento. E o meu momento era o de cantarolar outra canção…
Vivi, naqueles dias de Rio de Janeiro, uma das mais lindas experiências na terra do Cristo Redentor. Linda porque a experiência como um todo fez um grande coral, tocando uma só música que tem a ver com o coração e não com o medo.
Meu primeiro objetivo de ir à cidade era uma palestra sobre dinheiro e espiritualidade que eu fiquei sabendo graças a Piracanga, quando estive lá em junho para fazer meu curso de leitura de aura e meu retiro espiritual. Sabia que a palestra seria linda e realmente foi. Além de ser incrível, o lugar também era mágico. Porto de Luz. Pegamos uma chalana em pleno Rio de Janeiro, fiquei me sentindo em Manaus – calor, águas que correm e casas de madeira. Estava em casa.
Para ir a palestra, fui recebida pela minha irmã de alma Jana e Martha em sua casa, que pra mim tem cheirinho de Caminho de Santiago, pois lá foi meu pouso antes de ir ao Caminho e depois que voltei do Caminho. Imagine a emoção que é entrar de novo no apartamento das duas… só felicidade! E com elas fui à floresta da Tijuca abraçar a árvore mais linda que há.
Essa árvore era mesmo muito emocionante porque além de ser linda e pedir um abraço, ao redor dela estavam os dizeres, em letra cursiva difícil de entender, “o tempo não passa”. Fiquei horas sentindo a verdade profunda daqueles dizeres. Sobre o tempo não passar e sermos nós quem passamos por ele.
Delicadezas para a alma preparadas pelo Rio.
Com a Jana fui ao Cristo Redentor pela primeira vez e ganhei de presente um céu azul dos mais lindos. E com minhas queridas do Clube dos Impulsionadores Patricia, Dolores, Leisa, Luciana, Malu, Alice, Jana, almocei delícias veganas e nossas conversas duraram horas e horas, totalmente interplanetárias, abastecedoras, muito carinho, muito afeto. Finalizei com abraços e muitas risadas – de fazer chorar rios de janeiro – com minha amiga que Manaus trouxe de presente Angélica e seu maridão Sander, tomando café e chá imaginário com sua filhotinha Nina.
Tudo foi divino. Cada minuto. Teve afeto todo o tempo. Teve presença todo tempo. Teve atmosfera de amor todo o tempo.
Na manhã de retorno para casa, caminhei alguns quarteirões na avenida atlântica às 6h da manhã, rua bem vazia ainda, até onde estacionei o carro. Ouvia o mar. Sentia a brisa. Agradecia. Tudo num estado de relaxamento e felicidade tão grandes, que não havia medo capaz de entrar na minha alma.
Amor e afeto fazem isso com a gente, nos fortalecem, fazem os lugares fazerem sentido, fazem o estar onde estamos ter razão de ser. Saí do Rio achando que o Rio estava mesmo lindo.
Paula Quintão
26 de dezembro de 2015