Dias de Retiro e estar na trilha me coloca num estado de muita conexão. Entro em outro lugar. Estava a refletir sobre o inverno e sobre os movimentos a serem feitos, sobre como olhar para os desafios que viverei nos próximos passos. E nesse dia eu fiquei sem minha água e com um copo plástico eu precisei me aproximar da queda d’água da cachoeira para coletar um punhado de água segura. Perguntei à cachoeira enquanto me aproximava por aquelas águas tãoooo geladas de doer o osso do meu pé: “qual é cachoeira o esforço que me ajuda nas transcendências do inverno? O que posso fazer para atravessar bem esses três meses?” e a cachoeira, como vocês podem imaginar, respondeu pronta e brevemente. “Se expondo”. Claro, é bem verdade que os meus desafios do inverno fiquem ainda maiores quando eu me isolo e me fecho, quando evito a vida lá fora. Estar ali com os pés congelados para buscar água limpa era uma exposição. “Ao me expor para a vida, atravessarei o inverno com as sementes bem escolhidas em mãos”. Formulei. E a cachoeira, breve e prontamente: “isso!”. Tempo de atravessar o inverno em conexão.
