Há em nós instalada a percepção de que se vivemos alguma perda ou dano, esse deve ser um castigo dos céus. Ou uma injustiça qualquer que foi enviada ao endereço errado. A religião tem suas formas de criar em nós fortalecimento, mas definitivamente não é através do prejudicial pensamento de que algo externo a você produz um efeito sobre sua vida como forma de punição ou injustiça. Essa é só uma maneira de nos tirar o poder de sermos os criadores e autorresponsáveis pela realidade que estamos inseridos. Somos deus e a fonte criadora de tudo o que há, só nos esquecemos – e muito esquecemos porque, convenientemente, viemos nos apropriando dessa condição de vítimas e não de responsáveis, afinal custa mais barato ser a vítima do que ser o criador, é mais fácil rezar aos céus e esperar pela solução ao invés de rezar e ter olhos despertos para ser conduzido por algo maior e chegar à solução. Agora o que eu de fato quero dizer: o “perder” não é resultado de uma punição ou de uma injustiça, isso não existe, o “perder” é a resultante de uma sequência de ações e escolhas que levam a um resultado *espelhado* a elas. Os resultados experimentados no dia de hoje são um espelhamento do caminho de escolhas e ações que te trouxeram até aqui – as suas próprias ações e escolhas assim como a do seu sistema ancestral. O espelho produz em nós a ilusão de que é algo externo a nós que está a mover a engrenagem do todo, só que, bem… não é. A origem dos movimentos da engrenagem estão em você e em tudo o que te antecede e conduz – tudo aquilo que foi igualmente responsável por você estar aqui. Há que se lidar com essa responsabilidade para ser capaz de plenamente viver as etapas do que estou percebendo ser os círculos da reconstrução e do refazimento.
