Quando meu avião pousou pela primeira vez em Manaus, em abril de 2009, eu mal podia caber dentro de mim. Ver do céu aquela imensidão de árvores e rios foi como descobrir um outro planeta habitável onde eu poderia viver meus dias. E assim Manaus me deu “boas vindas” e eu guardei com amor aquele momento.
E foi com uma intensidade imensa que eu quis me mudar para Manaus. Vendi tudo a preço de banana em Minas e me mudei de mala e cuia para a terra do sol. Dias de desafio, dias de aprendizado.
Quanta expectativa havia nesse meu coração… muita!
De braços abertos a cidade me recebeu, acolheu, ensinou, banhou em suas águas e serenou entre suas árvores.
E quantos desafios vivi nesse período, quantos processos de dor, perda, ganho, mais perdas, sonhos desfeitos e reconstruídos.
Uma amiga que também morou em Manaus por muitos anos costuma dizer que Manaus é a terra da expiação, e eu realmente acredito. Em 5 anos morando em Manaus passei por experiências muito profundas de aprendizado, desafios dos mais tenebrosos, mas ao mesmo tempo, com suas árvores e rios, Manaus é capaz de tornar os processos leves em sua essência, mesclar com pequenas doçuras e felicidades, pontos de aconchego e colo de amor. É uma mágica do divino bem diante dos nossos olhos.
A grande lição que Manaus trouxe foi de que somos todos água, somos todos fluxo. Manaus me ensinou que o caos não nos paralisa e que há sempre algo a ser feito quando uma grande desordem se estabelece. Sempre há uma saída, pois somos água, e a água escorre por um lado ou por outro.
Deixei num canto as expectativas e sigo a viver sem elas.
É com esse espírito que hoje me despeço da cidade. Meu ciclo com Manaus chegou ao fim. Um aperto no coração e uma sensação de que todos os aprendizados da terra do sol continuarão repercutindo em minha alma por anos e anos, nessa linda bagagem interior que recebi de presente.
Há uma passagem do mestre espiritual Prem Baba que recebi essa semana e cai como uma grande luva nesse momento de despedida e agradecimento.