“Se você guardar toda a felicidade que viveu só para você, ela via diminuir.
A única forma de guardar a felicidade, é ao espalhando-a”. Sri Sri Ravi Shankar, Rio de Janeiro, dez. 2016
Em 2011, assim que fui pela primeira vez ao Monte Roraima, toda aquela história ficou muito forte dentro de mim, foi de transformação intensa. Eu nunca tinha vivido algo num período tão curto de tempo que me tocasse tanto quanto aquela experiência. As pessoas, as vivências, as trilhas rumo ao topo da montanha, todas as novas dinâmicas que se apresentaram pra mim, meu espírito se sentindo livre e conectado, me fizeram alcançar outros níveis de consciência para além de mim mesma e olhos para enxergar diferentes possibilidades para uma vida realizada e plena.
Meu primeiro movimento foi o de querer contar para todos que existia aquela beleza toda de lugar, de experiência, de força dentro de cada um de nós. Eu falava sobre a Montanha com os colegas de trabalho, falava com meus pais, com a minha irmã, com a minha filha, escrevia emails e mais emails de re-memórias para o grupo da montanha, e digamos que eu estava um tanto monotemática e ninguém aguentava mais meu monotema.
“O papel é mais paciente”, bem me ensinou a Anne Frank em suas páginas. E nesse momento eu me coloquei a escrever enquanto me preparava para retornar à Montanha para o ano novo de 2011 para 2012.
No papel eu depositava minhas memórias, tudo o que eu senti e experienciei nos caminhos que levaram ao Roraima, mas também minha história de vida até aquele momento. Escrevi, escrevi, escrevi. Sem que eu me desse conta, em 2 ou 3 meses eu tinha um livro não só sobre a montanha, mas sobre a minha vida.
“E o que fazer com aqueles escritos? Levar para uma editora e encontrar um caminho para a publicação? Entregar ou não meus escritos ao mundo?” Eram questões que eu me fazia naquele momento, diante de muita dúvida se realmente minha história seria importante para alguém.
Numa tarde desinteressada qualquer, fui visitar a livraria Saraiva, que em Manaus é bem linda e imensa, e nessas bancas de destaque havia um livro sobre escrever livros. Abri numa página qualquer e nessa passagem a autora dizia algo mais ou menos assim: “Se essa história é importante para você, ela será importante para alguém”.
Nunca me lembrei o nome da autora ou o nome daquele livro, mas ele transformou a minha história. Naquele instante eu não tive dúvidas, meu movimento natural era entregar minha história, que era importante pra mim e como consequência seria importante para alguém também. Uma citação que fala sobre o ser único que somos, a importância de cada um, o amor próprio, a autoconfiança em espalhar nossa voz, os espelhos que somos uns para os outros.
Para Sempre Um Novo EU ganhou vida 6 meses depois, publicado pela editora Valer, em Manaus, em sua primeira edição. Fiz lançamento em Manaus, em Barbacena, em São Paulo.
E em todos esses anos é muito delicioso ver pouco a pouco minha história ganhando asas, chegando a mais vidas e me conectando a outras pessoas que tinham histórias que em algum ponto se reconheciam na minha. Não só a história de transformação no topo do Monte Roraima, mas a minha própria história desde a adolescência até os dias em que eu, pela primeira vez, segui ao topo de uma montanha.
Hoje o Para Sempre Um Novo EU está em sua segunda edição pela minha editora Suban A Los Techos, milhares de leitores do meu livro e dos meus textos semanais se somam e entoam juntos uma só passagem “Se é importante para você, será importante para alguém”. Sigo assim espalhando a minha canção.
Paula Quintão
18 de dezembro de 2016
Agora quero um livro autografado haha
Inspirador 🙂
O melhor de tudo é poder acompanhar estas histórias de verdade, sendo blindado com tantas palavras de carinho, incentivo, inspiração e motivação.
Como sempre, Paula, suas partilhas tocam nossos corações e provocam um borbulhar de fortes boas emoções.
Grato.
Com carinho,
Rico