SOMOS MENOS. sobre nós mulheres e nossas dores ancestrais

Sigo em momentos de reflexões, me permito esboçar algumas delas aqui. Antes fiz isso em ambiente seguro do Espírito Selvagem, a comunidade de mulheres com quem caminho junto. E agora me permito fazer de forma pública, com respeito a mim e ou outro que também me habita.

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Estou aqui vivendo descobertas profundas e que me trazem também acesso a dores ancestrais, mas também a alívios de tamanhos ancestrais.

Vamos a uma história… vamos à uma reflexão.
sintam em suas peles, um convite especial às mulheres.

Houve um tempo, não muito distante para nossos sangues e nosso DNA, que as mulheres eram menos desejadas ao nascer, eram menos valiosas que os homens. E em muitas famílias elas mereciam a morte, literalmente.

Não só uma, mas muitas meninas, assim que vieram ao mundo, logo perderam suas vidas simplesmente por serem meninas.

Forte assim. Também natural assim para uma época que perpetuou a ideia de que mulheres são menos nobres que os homens. Caminhamos por lugar e essa força de crença circula por nossas veias e imaginário de mulheres.

“Somos menos” e por isso devemos nos comportar bem, dar conta de tudo, ser boa mãe, ser a responsável pela limpeza da casa, cuidado com os filhos, alimentação. “Somos menos” e precisamos estudar mais e mais horas que os homens, ter as melhores notas, a letra mais bonita. “Somos menos” e precisamos perdoar traições, mentiras e sermos gentis com toda as bombas que explodem em nosso quintal, assumindo autoresponsabilidade por elas e não nos fazendo de vítimas ao escolher não perdoar.

Por nos sentirmos tão “menos”, quase estamos a nos fazer de madres teresas de calcutá, de santas canonizadas, de verdadeiras rainhas da doação e do amor incondicional (ao outro, mas não a nós mesmas).

Acontece que não somos menos. Nem somos mais. Somos mulheres. Somos o que somos. Únicas e perfeitas como somos.

Dentro de mim, todos os dias, meu movimento é agora de perceber o quanto eu priorizei amar os homens, me amando menos. O quando eu me bati pelo caminho por culpa por não ter amado tanto os homens a ponto de perdoar seus erros, deslizes, falhas.

Meu movimento interno é de observar cada uma das decisões do meu dia a dia e observar se é o meu masculino ou o meu feminino que está sendo priorizado naquele instante.

Só desse equilíbrio de amor interno pela nossa porção feminina, só desse equilíbrio de amor externo a nós mesmas e aos homens de nossas vidas, só nesse equilíbrio de amor que se estende a outras mulheres e a outros homens, e nesse equilíbrio de amor ao nosso pai e também à nossa mãe é que vamos fechar a conta.

Sinto que a grande chave está em nos amar mais, de verdade, não só no discurso. E para isso o único caminho é a investigação de onde estamos depositando nosso amor.

Com amor a mim mesma e com amor a você,
Paula Quintão. 13.11.2017

2 Comments

  1. Rico Oliveira

    Paula Quintão: Muller Guerreira, sensível quando preciso e Bruta, quando necessário para enfrentar todos os desafios destas bela VIDA.

    Com a inspiração de mulheres, como você, querida amiga e Mentora, consigo entender melhor partes obscuras que necessitam de mais LUZ.

    Grato por difundir ao mundo coisas que só o Sagrado feminino, tão ativo em vc, podem proporcionar, inclusive pra nós, homens que sabem valorizar a VIDA e o ser humano.

    Grande abraço.

  2. Lara Lobo

    Muita inspiração Paulinha. Temos de nos reconectar a cada dia com nossos arquétipos de magas, rainhas, guerreiras, deusas, todos aqueles aos quais Gaia nos destinou a SER. Você é fonte de inspiração. Continue transcrevendo sua alma para o papel. Esse lindo ofício é CURA para muitos de nós. Você é um ser de luz. Com amor e gratidão, Lara

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