Abertura dos Jogos Olímpicos

Hoje durante a abertura dos Jogos Olímpicos eu estava refletindo sobre o uso dos símbolos naquela cerimônia. Enquanto aqueles Minions pulavam na tela e desfiles de moda de mal gosto aconteciam sem qualquer conexão contextual, eu me perguntava qual o propósito dos símbolos escolhidos.

Há muita falta de senso na composição daquela abertura, símbolos repetidos de pautas que pipocam com o mesmo tema de um canto a outro relembrando quão monotemáticos e mais burros estamos. Emburrecemos, é fato. Daí me veio a grande luz surgida em meio ao absurdo: “claro, se ficamos refletindo sobre esses absurdos e argumentando que toda essa pauta só está nos deixando mais feios, mais idiotas, nos separando mais, fazendo as pessoas mais infelizes, se eu toco essa vitrola de novo dentro de mim, eu perco energia”. E muita! No mínimo há que se dizer: aquela abertura não tem conexão com os símbolos que uma abertura de jogos olímpicos carregam. Ponto.

Quando se quebram os grandes eventos simbólicos do mundo desconstruindo sua força, quebra-se também nossa capacidade de ser humanidade e nos encontrarmos num mesmo lugar. Fica parecendo na superfície que é pra criar mais respeito e integração, mas não é. Parece que é pra criar união e representatividade, mas não é. Parece que é pra ser disruptivo e criar um novo mundo, mas não é. Esse não é o efeito! E não é o efeito porque é construído para gerar efeito contrário. Mais desrespeito. Mais briga. Mais agressividade. Hoje escancarou-se o propósito desse arranjo todo. Dito isso, encerro a vitrola quebrada pedindo perdão por trazê-los ao tema também fazendo com que percam energia, mas se de uma vez perceberem podem evitar outros buracos futuros. Somos colocados num labirinto sem saída. Enquanto participarmos, estaremos presos. “Falem aí sobre isso, briguem mais, se xinguem mais, se excluam mais, fiquem mais burros, percam energia ao invés de realmente se unirem e simplesmente celebrarem juntos como HUMANOS comuns”.

Nosso poder só é imenso quando estamos juntos, obviamente cada um como é, e nos percebemos no mesmo barco. Se não isso, só afundaremos mais.

Paula Quintão