“Te amo, vó”, eu despedindo da minha avó Maria da última vez que estive lá. “Também te amo desde pequenininha”. Eu sorri. “Mesmo quando eu fiquei grávida com 14 anos, né, vó?”. Sempre bom dizer o que nem sempre é dito. Ela sorriu. “É… levada!”. “Elevada, vó?”. Hahahah ela insistiu no “levada” e eu repetia “elevada”. Eu rindo e ela séria despistada, aquela seriedade que no fundo quer rir. Fui abraçá-la, ela me deu um beijo e uma chave: “eu me elevo nas levadezas”. 🤣🤣
Esses dias de Manaus e sol do Amazonas trazem pra vida uma parte minha que às vezes fica esquecida entre todas as responsabilidades do dia a dia, essa que apronta, essa que dança com a vida, que vai improvisando de cena a cena e inventa muitas modas, recria a vida quantas vezes for preciso, apronta algumas, anda distraída, ri por nada e, sobretudo, ama com o coração aberto.
A Amazônia tem esse papel na minha vida, me presenteia com o que me eleva ao me convidar a assumir a levadeza que há em mim.
Me sinto viva, como deve ser.