Filme “Já Era Hora”, Netflix. (com spoiler, já aviso)
Há uns dias assisti esse filme.
“Já era hora”.
O personagem vivia uma espécie de feitiço do tempo ficando preso no seu dia de aniversário. Só que ao invés da data se repetir por igual como no clássico Dia da Marmota estrelado por Bill Murray, aqui nesse filme o personagem se adianta num piscar de cenas em mais um ano.
E assim sucedia. Num mesmo dia ele estava comemorando seu aniversário do ano seguinte.
A vida passava sem que ele tivesse consciência dela.
Um ano a mais.
E mais um.
E mais um.
E o pouco que realmente importava para ele, como viver o amor com a sua mulher, escorria entre os dedos.
Estava ocupado demais.
Correndo demais.
Trabalhando demais.
Atrasado demais.
Com compromissos demais.
Perdeu-se. Perderam-se.
O tempo passando sem que ele se desse conta.
Um ano. E mais um ano.
Até que foi possível despertar por conseguir estar presente no que importa e dar-se conta das mudanças que precisava fazer.
Transformou-se. E o feitiço se desfez: acordou no dia seguinte ao aniversário. E a vida seguiu dali. Agora mais desperto. // Esse filme pode parecer ficção, mas não é. É real o efeito de vivermos sem nos darmos conta do que estamos vivendo. É o risco da inconsciência que nos acomete. Nosso cuidado diário deve ser o de estarmos o mais despertos possível para o que é verdadeiro e o que importa, para aquilo que ao final da biografia, ou num marco que é o dia de aniversário, ou agora que é início de ano astrológico e abertura de outono no hemisfério sul, ou num simples final de dia, olhar pra trás e ser capaz de nos reconhecer vivendo nossa própria vida, compondo os dias. Em presença. #netflix