A ARTE DO QUE MORA EM MIM

Somos seres em eterna construção. Novos EUs. Somos hoje mais do que fomos ontem porque vamos colhendo ao longo de nosso caminho novas peças que se encaixam em nós, substituem algumas partes, refazem outras e produzem espaços novos no quebra cabeça que somos. Crescemos, nos transformamos, ampliamos nossa mente e consciência num eterno aprender – e sequer precisamos estar conscientes disso para que inevitavelmente todo esse processo ocorra.

Nessa jornada vamos, dia a dia, incansável e inevitavelmente, acumulando memórias. “Acumular memórias”: aí está o grande propósito de nossa existência. Tal qual uma grande esponja, olhamos o mundo e o que há ao redor, interpretamos, respiramos e absorvemos os cheiros e os ventos, narramos nossas estórias e ouvimos outras tantas, criamos relacionamentos, nos colocamos em risco e em segurança, viajamos para os mesmos lugares ou vamos a lugares novos, significamos o mundo para enfim podermos depositá-lo em nossas lembranças, tornando-o parte de nós.  O que fica na memória será, para todo o sempre, parte viva do que somos.

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Acumulamos memórias e acessamos esse arsenal a todo momento. A memória não é passado, é presente. As memórias se cruzam com o que vivo no momento presente  num eterno recriar e resignificar.  Está em constante transformação, num colocar e recolocar de peças. Nesse ciclo, quanto mais boas memórias temos, mais podemos recriar no AGORA boas sensações, bons sentimentos, boas vibrações, boas interpretações capazes de manter nosso espírito em paz. Os olhos só podem enxergar o mundo guiados pela memória que há em nós. E nossa oportunidade para colher uma boa memória é o AGORA, é o presente. O presente torna-se uma verdadeira graça quando carregamos a filosofia de que estamos vivendo num eterno coletar de memórias.

Ao seguirmos nossa vida cuidando para acumularmos boas memórias estamos realmente seguindo por uma jornada de ampla consciência, de infinita conexão com o maior propósito dessa vida que é armazenar em nós o melhor o que colhemos do mundo e da experiência de vida que temos. A memória é tudo o que  mora em nós.

Paula Quintão. 08/03/2012

 

 

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