As explorações no clubhouse me pediram um tempo de reflexão hoje. Clubhouse é a nova rede social baseada em conversas de áudio (apenas áudio) em grupos temáticos que se organizam em salas ou clubes. Passei os últimos dois dias a explorar as funcionalidades, entender como a coisa funciona e ficar menos perdida por lá. Ainda estou em fase de exploração, mas algo já me alertou: é importante manter a sintonia com o que me move a criar.
Foi uma pergunta que a @patycosta_astrologia me fez hoje durante a transmissão de uma sessão de enroscos ep.135 sobre o incômodo que as redes podem nos causar. Ela perguntou: “como você lida com a ansiedade da criação? A pressão por criar?”. Respondi: preciso dar vazão, preciso dos instrumentos para dar vazão. E depois disso, vaguei pelo parque um pouco mais para ter acesso a essa verdade dentro de mim.
A criação precisa nascer de uma motivação interna de somarmos no mundo com o que temos, fazer circular nossas riquezas, disponibilizar o que temos, ou simplesmente criar por criar. Qualquer motivo diferente desses é baseado na busca por aprovação e reconhecimento. Nada contra, mas a banda toca diferente quando se trata dessa busca.
Há um modo baseado no amor, há um modo que vem do medo. O medo pede para segurarmos as coisas em nossas mãos, prendê-las. A síndrome do FOMO (medo de estar perdendo algo) vem dessa raiz, a necessidade de aprovação e reconhecimento.
Diante de uma nova rede, esse pode ser nosso grande risco: no medo por não perder, ficarmos ainda mais ansiosos por criar e cumprir uma dinâmica que pede por uma criação que territorializa, garantindo espaço e a tão buscada audiência. A pergunta não é “como eu ganho espaço nessa rede?”, que muitos amigos empreendedores travam como uma saga. A pergunta é: “como essa rede favorece a minha entrega? Como gera mais força para minha criação?”. Assim saímos da ansiedade de ocupar o espaço para sermos reconhecidos e aprovados nos diferentes territórios online (uma dinâmica baseada no medo) e adentramos num espaço de força que se pergunta: “havendo esse espaço e essas funcionalidades, como favorecem minhas entregas?” (uma dinâmica baseada no amor).
Assim avançamos.