Repetição, em Outras Oitavas e Outros Ângulos

Um adoecimento que nos enrosca: acreditar que tudo na vida precisa ser gostoso como chocolate e divertido como a TV ou os games. Fazemos isso para o trabalho, fazemos para as relações, fazemos para a comida, fazemos para os cuidados com a casa: “se não for gostoso eu não quero”. O gostoso tão desejado pode vir também em “se não for leve eu não quero”, “se não for fácil eu não quero”, “se não for como eu planejei eu não quero”, “se me comprometer demais, eu não quero”. E assim ficamos cada vez mais enfraquecidos, adultos que ainda são crianças. Porque há movimentos que sustentam a vida que não são gostosos, nem leves, nem divertidos. São repetitivos por natureza, mas se estivermos lá atentos, estão sempre a revelar outras nuances: como ser pai ou mãe, como limpar a casa, como escrever um livro, como ter uma rotina de exercícios, como manter a constância nas redes sociais. Uma grande repetição, mas sempre em outras oitavas e outros ângulos.

O rascunho do que está se tornando meu livro sobre as tarefas domésticas está no meu telegram, repostei lá ontem o pdf. Em breve, depois de boas horas sentadas repetitivamente a escrever, meu livro será lançado em agosto.