Eu tinha me esquecido que havia essa pergunta: “mas você é especialista em quê?”.
Por algum motivo de um tempo pra cá parei de conviver com quem se interessa por esse tipo de coisa. Dia desses me deparei com ela numa conversa. Em outros tempos eu até poderia buscar uma resposta que me fizesse caber nas tais especialidades disponíveis pra tentar parecer mais normal e menos esquisita, talvez mais aceitável menos estranha. Sabe, passei dessa fase. Sem paciência. Tenho aí minhas formações, mas não são nossas formações que definem no que somos especialistas. Porque se você usar o doutorado, por que não usaria o que aprendi com os indígenas do Monte Roraima? Ou por que não usaria meu curso de paraquedismo? Por que não usaria meu treinamento em leitura do inconsciente? Por que não a maternidade desde os 14? Por que não usaria o que aprendo nas minhas próprias explorações científicas mundo afora?
A verdade é que a melhor resposta é que sou especialista em ser Paula. Apenas e tudo isso.
Ser o máximo que posso ser como Paula, eis minha especialidade. E sendo Paula, cabe um mundo. E sendo Paula, sigo a servir com o que tenho em mãos. E sendo Paula, a tecer escritos. E sendo Paula, avançando no meu passo a passo e desvendando um mundo dentro e fora de mim. E sendo Paula, o que tem pra hoje.
Paciência se é uma resposta ruim pra uma conversa rápida de elevador, mas também não tenho muito interesse que saibam quem eu sou numa conversa rápida de elevador. Ser Paula. Simplesmente. #eusou