O dia a dia pode ser bem anestesiado se entramos num modo previsível. Quero dizer… olhamos a cena e já sabemos o que esperar dela. Ainda pior: olhamos o outro e sabemos o que esperar dele. Sinto que esse é um dos maiores males que podem nos acometer. Olhamos a vida e ela se torna previsível, quando na verdade tudo e todos são uma constante surpresa, se estivermos atentos. Talvez pelo medo do que pode vir na cena seguinte, nossa preferência seja por olhar a vida por ângulos parecidos para assim evitar o sobressalto de que realmente não sabemos o que vem na cena seguinte. Mas posso nos dizer: permitir que esse improvável participe da rotina, percebendo as mensagens de cada cena e sorrindo com o que nos chega, faz da vida mais viva, faz do ato presente um ato de descoberta e criação. Que estejamos pelo caminho dispostos a nos surpreender com as mensagens que nos chegam.

