Para hoje, me permito trazer como texto de domingo escritos que publiquei há alguns meses no correio para meus leitores e no meu facebook. É um texto pelo qual tenho muito carinho. Naquele momento eu estava seguindo rumo a Santiago de Compostela, a caminhar meus 800km em 36 dias. Foi uma longa jornada e por lá eu descobri que o Caminho de Santiago nada mais é do que uma grande metáfora da vida real: nós com nossas metas (nossos muitos Santiagos), nossos passos dados, nossa intuição, nossa vontade de seguir em frente quando o destino ainda está iluminado.
O que nos faz continuar seguindo rumo a nossos sonhos?
Aprendi muito sobre persistência. Aprendi principalmente que persistir não tem a ver com ir em frente custe o que custar, mas sim ir em frente rumo ao que está iluminado para nós. E que quando essa luz se apaga, por que ficamos insistindo em seguir naquele rumo?! Mudar de rumos não tem a ver com desistir, a vida me ensinou e graças a isso tirou quilos e quilos de peso das minhas costas.
Vamos ao meu texto de 07 de outubro desse 2015.
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Por aqui sigo a transcorrer viagem pelo Caminho de Santiago de Compostela.
Avançando, avançando.
Nada me faz querer voltar. Eu sigo.
Mas tem uma reflexão que sempre me moveu bastante ao longo da vida. A de que vez ou outra podemos pensar que não querer seguir mais uma meta, um objetivo, um projeto é desistir.
Desistir não tem nada a ver com mudar de planos ou mudar de direção. Desistir tem a ver com largar mão de algo que ainda nos interessa, mas não conseguimos mais seguir em frente por cansaço ou desgaste ou por qualquer coisa menos importante.
Mudar rumos e direções é diferente. Imagine você seguindo rumo a uma montanha, ela é sua meta, ela é tudo que você quer. Mas de repente, no caminho, você descobre que há outra montanha bem linda e bem interessante. Ou que não tem mais motivos para ir até o topo da montanha e está tudo bem e feliz com o quanto percorreu do caminho.
Isso não é desistir.
Temos que ter opção de escolher outros caminhos mesmo depois de termos anunciado para onde seguimos.
E isso serve para tudo.
Serve para os relacionamentos.
Serve para a profissão.
Serve para os destinos de viagem.
Serve para qualquer escolha que fazemos pela vida.
Ciclos terminam.
Interesses mudam.
Afinidades se transformam.
Sonhos viram outros sonhos.
E tudo bem.
Isso não é desistir.
Não carregue esse peso nem esse fardo.
Por aqui sigo em direção a Santiago de Compostela, passo a passo, quilômetro a quilômetro. Avançando por fora e por dentro. Santiago continua brilhando em meu caminho. Finesterre e o mar continuam me esperando.
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No dia 11 de outubro eu cheguei a Santiago de Compostela.
Coração muito abastecido. Sentimento de completude. Uma alegria profunda.
No dia seguinte, dia 12 de outubro, depois de assistir a missa na Catedral de Santiago, chorar um oceano inteiro, com um carro alugado eu cheguei a Finesterre, fui ver o mar, fui agraciar o oceano que por séculos e séculos foi ponto de chegada de homens e mulheres que percorreram o Caminho de Santiago. Quanta beleza. E quanta celebração em meu coração.
Paula Quintão
20 de dezembro de 2015
Paula Quintão
Admiração por sua trajetória de vida que ilumina como farol e brilha como uma estrela a todos! Há se completar quase um ano desde que vi aquele banner do Clube, muita coisa se tornou possível de acontecer por seu conhecimento e por sua dedicação, a exemplo do Caminho de Santiago de Compostela. Aprendizados.
Grato abraço, Gi Nascimento
20.12.2015
Gi, você é uma luz e agora ao ler seus textos do seu Diário de Bordo passo a enxergar você também como um grande farol que traz direção. Agradeço sua presença!
Esse texto é um presente pra mim que aniversario no dia 7 de Outubro e que estou sempre a mudar de caminhos.
Gratidão pelo texto e pela sua presença em minha vida.
Coisa linda essa Kel! Gratidão imensa pela sua presença em minha vida!
Que texto lindo, profundo e simples. Assim como a vida deve ser. Gracias <3
Alinne, quanta saudade! Que a vida nos reserve um belo e carinhoso encontro no próximo ano que se aproxima.
Esperarei este encontro com muita alegria, querida Paula. Minha casa está de braços abertos para ti. Beijos.
A singeleza de cada palavra que pousa no texto retrata a suavidade e delicadeza que a Doce Paula Quintão cultiva. Suas obras, extraídas de percepções vivas de experiências testadas, nos encanta, nos embala e nos inspira. Grato, Paula querida!!!!!!
Rico, sou muito agradecida por poder acompanhar de perto seu crescimento em todas as áreas de sua vida. Está inspiradora sua história!
Novamente relendo este texto, depois de 2 anos… QUE ALEGRIA!
“Mudar de rumos não tem a ver com desistir”
Vou levar isso comigo PTO resto da minha vida.
Grsto, Paula???
Que alegria! Recordar é contemplar toda a beleza resguardada em pontos de luz sutis da nossa história, perceptíveis somente depois de longa jornada (…)
Grande abraço Paula e boa semana!